quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Para pensar...
"É difícil ser feliz em gestão corrente."
Eduardo Sá

in apontamentos sentidos


Juro que estava a pensar nisto!
Há muito que não tinha uma coincidência tão grande!
Tinha acabado agora um trabalho e enquanto me preparava para sair daqui e ir para a cama, pensei:
“Bolas, que vida a minha! Mais uma noite ao computador e só consegui acabar um décimo do que ainda tenho que fazer! E tenho tantas outras coisas p´ra fazer!
E vivo neste stress em terminar tudo o que tenho em mãos, para depois me poder dedicar aos “realmente meus interesses” e aos bocadinhos de ócio e lazer e ao descanso e às amizades e ao amor e à família e à diversão e…. e…. quando termino uma coisa, já tenho mil encomendas em espera e não dou vazão a esta fila de afazeres que na maioria não interessam nada, mas que me entopem a vida…
Porque é que eu sou assim?!
Não dizem que as mulheres podem fazer mil coisas ao mesmo tempo?
Os homens é que não… Ou será que só se estão a referir a tarefas concretas, tipo coisas práticas?
Afinal onde entra aqui a felicidade?
Ah! Mas agora até tive um piquinho de “estou feliz” no momento em que terminei este último trabalho.
Mas foi tão pequeno, que nem deve contar. Estou a precisar dum “estou feliz” com mais de 48 horas, pelo menos. E ultimamente não tenho conseguido!
Ou será que sou pouco descontraída? Se calhar é a minha forma de trabalhar que está mal…
Talvez devesse intercalar os trabalhos com intervalos “de vida”. Mas não consigo – parece que há sempre um bocado de trabalho que vai colado em mim, p´ra onde quer que eu vá!
Isto é stress! Tenho que relaxar…
Talvez preguiçar um bocado… não sei, tipo trabalhar nos mínimos… ligar o piloto automático do trabalho e abraçar a vida que eu gosto. Assim era um viver mais regular, mais feliz, acho.
Se calhar devia ir ao psicólogo!
Bem, isto é uma estupidez. Amanhã acordo melhorzinha. Afinal eu gosto do que faço. Tenho é que arranjar tempo para saborear melhor cada momento. É isso. É fazer as coisas, mas mais devagar.
Aderir ao Slow Time.
Ok.
Bem, agora vou dar aqui uma voltinha pelos blogues, também mereço.
Vou ler o que uma vez escrevi “Adoçar o Quotidiano”. Vem mesmo a calhar. Já nem me lembro, mas tem a ver com isto.
Vai fazer-me bem. Mas tem que ser rápido porque já é tarde.
Amanhã levantar ás 7.30h.
Ah! Não preparei ainda uma aula.
Bolas, penso na cama!
Mau!
Já vou dar a voltinha pelos blogues em stress.
Bolas!
E aposto que ninguém deve ter posto a loiça na máquina!
Já não vou aos blogues…
Ok, vou ao da Teresa e a seguir vou pr´a cama.
Ai! São 3 da manhã! Já vou dormir à pressa!
Tenho de adiar a felicidade para depois de amanhã.
Talvez!

1 comentário:

Teka disse...

Querida Luzinhas

Adorei estas tuas palavras!
Bem escritas e sempre embebidas deliciosamente com o teu jeito de ser.

Sinto o mesmo!
Um dia atrás do outro e depois do outro, e mais outro e.....
Até que algo abana essa nossa “gestão corrente”, estremecemos, empertigamo-nos, sacudimos a poeira que nos limita, subimos ao pedestal, esticamos o dedo, franzimos o sobrolho, dizemos ao mundo que não pode ser, lavamos a alma e...
Depois, chega outro dia, e mais outro, e ainda outro amanhece reclamando a urgência dos assuntos pendentes que nos “entopem a vida” e a alma, e...
Quando damos por nós, administramos de novo esses momentos vulgares que nos atolam incessantemente!
Talvez... talvez não haja nada a fazer!